O grupo sul-africano Singita pretende investir 102 milhões de dólares na Ilha Santa Carolina e no Arquipélago de Bazaruto, com um projecto de turismo sustentável, criação de empregos e iniciativas de conservação marinha.
Grupo sul-africano prepara investimento de luxo na Ilha Santa Carolina

A Ilha Santa Carolina, um dos cenários mais emblemáticos da província de Inhambane, poderá ganhar um novo destaque no turismo de alta gama. O grupo sul-africano Singita, reconhecido por projectos de ecoturismo e conservação ambiental em África, anunciou um investimento de 102 milhões de dólares para desenvolver um empreendimento turístico sustentável na região.
O projecto será implementado através de uma parceria público-privada com o Instituto Nacional do Turismo (Inatur), que detém a concessão da ilha. O Estado não fará investimento financeiro directo, participando apenas com a concessão válida por 25 anos.
Um projecto para elevar o turismo de luxo e valorizar a biodiversidade
A proposta prevê 60 milhões de dólares destinados à construção de um lodge de luxo com capacidade para 60 camas na Ilha Santa Carolina, complementados por 42 milhões de dólares para iniciativas adicionais no Parque Nacional do Arquipélago de Bazaruto, uma das jóias naturais mais preservadas do país.
O investimento será realizado com capitais próprios ao longo de cinco anos e poderá criar 240 empregos directos e 260 indirectos, fortalecendo a economia local e abrindo espaço para novas actividades turísticas conduzidas pelas comunidades.
O conceito apresentado pela Singita aposta num turismo ecológico e sustentável, valorizando os ecossistemas marinhos e terrestres. Entre as medidas previstas estão programas de restauração de recifes de coral, protecção de mangais e recuperação de estuários, garantindo que o desenvolvimento turístico caminhe junto com a preservação ambiental.
Conservação marinha, ciência e impacto comunitário
Um dos pilares do projecto é a criação de um Centro de Investigação Marinha em Vilankulos, dedicado à monitorização científica, educação ambiental e financiamento de iniciativas comunitárias de conservação. O objectivo é consolidar uma rede de investigação que apoie o ecossistema do arquipélago e gere conhecimento para a sua protecção a longo prazo.
O interesse crescente de grupos internacionais reforça o potencial de Moçambique como destino de referência no turismo sustentável. Em Junho, a Singita já tinha sinalizado intenção de construir até três hotéis no Arquipélago de Bazaruto, após apresentar a visão da empresa ao Presidente da República, Daniel Chapo.
Com paisagens únicas, biodiversidade exuberante e crescente procura por experiências autênticas e responsáveis, Moçambique continua a posicionar-se como um dos destinos mais promissores do continente africano para turismo de alta qualidade.



