Mozambique Tourism Summit 2025 reafirma turismo como motor da economia nacional

O Mozambique Tourism Summit 2025 consolidou o turismo como um dos pilares da nova política económica de Moçambique. Reunindo Governo, empresários e parceiros de desenvolvimento, o evento destacou a transição do sector de potencial a resultado, impulsionando o investimento, o emprego e a coesão territorial. A aposta nas Parcerias Público-Privadas e na economia azul reforça …

O Mozambique Tourism Summit 2025, realizado em Vilankulos, província de Inhambane, consolidou o turismo como um dos eixos centrais da nova política económica nacional. O encontro, que reuniu Governo, sector privado e parceiros de desenvolvimento, foi marcado por uma mensagem comum: o turismo moçambicano está a transitar de potencial a resultado, de vocação natural a prioridade económica.

Sob o lema “Inhambane – Um destino de excelência, um futuro de oportunidades”, o evento afirmou o compromisso do país em transformar o sector num verdadeiro motor de crescimento, investimento e coesão territorial.

O Ministro da Economia, Basílio Muhate, destacou que o turismo deixou de ser apenas um sector de lazer para se tornar um vector estruturante da diversificação produtiva e da geração de emprego.

“O Governo assumiu o desenvolvimento sustentável do turismo como uma centralidade económica, pelo impacto que exerce nas infra-estruturas, na educação, na saúde, no agro-negócio e na indústria”, declarou o ministro.

A visão do Executivo está alinhada com a Agenda 2030, a Agenda 2063 da União Africana e o Programa Quinquenal do Governo 2025–2029, que identificam o turismo como motor de crescimento inclusivo e desenvolvimento regional equilibrado.

“Queremos um turismo que valorize as comunidades, respeite o ambiente e promova o desenvolvimento inclusivo, combinando natureza e cultura como as nossas maiores riquezas”, acrescentou Muhate.

Investimento e competitividade económica

Entre 2018 e 2022, o turismo captou mais de 1,1 mil milhões de dólares em investimentos, consolidando-se como o terceiro maior receptor de capital privado nacional. O sector contribuiu, no período pré-pandemia, com 4,5 % do PIBe 32 % das exportações de serviços, números que confirmam a sua relevância na balança económica do país.

“As condições estão a ser criadas para transformar o turismo num verdadeiro motor da economia nacional”, sublinhou o ministro da Economia.

O evento contou com o envolvimento do Banco Mundial, que financia projectos de reabilitação da marginal de Vilankulos e de melhoria da infra-estrutura turística na Praia do Tofo. Empresas como ENH, CFM, SASOL, BNI e PETROMOC reforçaram a presença do investimento corporativo, enquanto a Four Seasons assumiu a curadoria da conferência, ilustrando o papel crescente das Parcerias Público-Privadas (PPP).

Inovação, parcerias e economia azul

O Vice-Presidente da CTA, Onório Manuel Boane, defendeu uma abordagem moderna ao turismo, sustentada na inovação digital e na cooperação estratégica entre o Estado e o sector privado.

“As Parcerias Público-Privadas são o motor para transformar o turismo moçambicano — mobilizando recursos para infra-estruturas modernas, formação profissional e transformação digital dos destinos”, afirmou Boane.

A CTA identificou a Economia Azul como uma das principais vantagens comparativas de Moçambique, pela sua costa de 2 700 quilómetros, ecossistemas marinhos únicos e vasto potencial de turismo costeiro sustentável.

“Moçambique pode tornar-se o epicentro do turismo costeiro e marítimo sustentável da África Austral”, acrescentou o dirigente.

A integração logística e a mobilidade continental foram temas centrais. O sector privado apelou à adesão de Moçambique ao Mercado Único de Transporte Aéreo Africano (SAATM) e à simplificação dos vistos para investidores e turistas.

“O turismo floresce quando há mobilidade, cooperação e segurança. O Corredor Turístico Sul, que integra Maputo, Gaza e Inhambane deve consolidar-se como eixo estratégico de investimento e crescimento”, afirmou Boane.

O reforço da conectividade regional é visto como essencial para atrair investimento, promover parcerias regionais e facilitar a circulação de turistas em todo o espaço da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Vilankulos: vitrina do novo turismo moçambicano

Com praias reconhecidas internacionalmente e ligação directa ao Parque Nacional de Bazaruto, Vilankulos foi escolhida como símbolo da nova etapa do turismo nacional — sustentável, integrador e de escala global.

“Somos um dos poucos países que possui, na mesma linha territorial, os Big Five da selva e os Big Five do mar. O nosso sexto factor competitivo é a hospitalidade”, referiu Basílio Muhate.

A Exposição FIKANI, organizada no âmbito da conferência, reuniu operadores nacionais e estrangeiros e promoveu os destinos Quirimbas, Niassa, Gorongosa, Vilankulos e Maputo, projectando Moçambique como destino de excelência e investimento seguro.

Encerrando o encontro, Onório Boane sublinhou que a competitividade do turismo depende da execução prática das propostas e da articulação entre Governo, empresas e parceiros de desenvolvimento.

“O Mozambique Tourism Summit 2025 não é apenas uma conferência — é um ponto de viragem. Temos uma oportunidade histórica de transformar potencial em progresso, intenção em investimento e visão em valor partilhado”, declarou.

O evento deixou uma mensagem clara: o turismo moçambicano é, hoje, um sector de confiança e de investimento, capaz de gerar emprego, dinamizar economias locais e posicionar o país como destino de referência em África.

Impacto estratégico

  • Reforço da confiança dos investidores no turismo moçambicano.
  • Consolidação de Vilankulos como modelo de turismo sustentável e competitivo.
  • Expansão das Parcerias Público-Privadas em infra-estruturas e formação.
  • Integração do turismo na estratégia de diversificação económica nacional.

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